O influenciador digital e empresário Pablo Marçal (PRTB) foi condenado pela Justiça Eleitoral de São Paulo por abuso de poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2024 para a Prefeitura de São Paulo. A decisão, proferida pelo juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da primeira Zona Eleitoral da capital, torna Marçal inelegível por oito anos. Ainda cabe recurso.
Acusações e Delitos na Campanha de 2024
Durante a campanha, Marçal enfrentou diversas acusações relacionadas a práticas ilegais:
- Uso de Documento Falso: Às vésperas do primeiro turno, Marçal divulgou um laudo médico falsificado que alegava que seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), teria sido internado por uso de cocaína. O documento apresentava inconsistências, como um número de RG incorreto e a assinatura de um médico já falecido. A Justiça Eleitoral determinou a suspensão do perfil de Marçal no Instagram por 48 horas devido à divulgação do laudo falso. pt.wikipedia.org
- Concursos de “Cortes” de Vídeos: Marçal organizou competições que incentivavam seguidores a criar e disseminar vídeos em seu favor, oferecendo prêmios em dinheiro para aqueles que alcançassem maior engajamento. Essa prática foi considerada uma estratégia de cooptação de colaboradores, caracterizando abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. valor.globo.com
- Omissão de Patrimônio: Relatórios indicaram que Marçal omitiu R$ 22 milhões em sua declaração de patrimônio apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele teria subestimado o valor de duas empresas e deixado de declarar uma terceira, levantando suspeitas sobre a transparência de suas informações financeiras.
Desempenho Eleitoral e Repercussões
Nas eleições de 2024, Marçal obteve 28,14% dos votos, ficando em terceiro lugar, atrás de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, que avançaram para o segundo turno.
Sua campanha foi marcada por uma postura agressiva e pela disseminação de informações falsas, o que resultou em diversas ações judiciais e na eventual condenação que o torna inelegível pelos próximos oito anos.
A defesa de Marçal ainda pode recorrer da decisão, buscando reverter a inelegibilidade imposta pela Justiça Eleitoral de São Paulo.