O planeta enfrenta uma nova realidade alarmante. Janeiro de 2025 foi registrado como o mês mais quente da história, com uma temperatura média global de 13,23°C, superando em 0,79°C a média de 1991-2020 e em 1,75°C os níveis pré-industriais. Esse recorde ocorre em um cenário onde as mudanças climáticas, impulsionadas pelo capitalismo predatório e pela indústria de combustíveis fósseis, ameaçam a sobrevivência de milhões de pessoas.
Catástrofes climáticas se intensificam
No Brasil, as consequências dessa emergência climática já são brutais. Entre 12 e 13 de janeiro, chuvas torrenciais atingiram a região metropolitana do Vale do Aço, em Minas Gerais, provocando inundações e deslizamentos que resultaram na morte de 12 pessoas e no desabrigo de mais de 180. As famílias atingidas, majoritariamente da periferia, sofrem com a negligência histórica dos governos que insistem em priorizar cortes no investimento público em infraestrutura e habitação.
Na Europa, a tempestade Herminia devastou a Galícia, na Espanha, gerando quase 1.400 incidentes, incluindo o desabamento de estruturas e quedas de árvores. Um motorista morreu em Ourense, reforçando que os eventos climáticos extremos se tornaram cada vez mais letais.
Trump e a destruição ambiental
Enquanto comunidades inteiras sofrem os impactos do colapso climático, a nova administração de Donald Trump nos Estados Unidos está dobrando sua aposta na destruição ambiental. Após reassumir a presidência, Trump oficializou a retirada dos EUA do Acordo de Paris e intensificou os subsídios à indústria de combustíveis fósseis, expandindo a exploração de petróleo e gás natural. Essa política coloca em risco os avanços globais conquistados na última década e serve apenas aos interesses bilionários das grandes corporações poluentes.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, denunciou a postura norte-americana, comparando a dependência global dos combustíveis fósseis a um “monstro de Frankenstein” fora de controle. “Estamos cavando nossa própria sepultura”, alertou Guterres, ressaltando que a crise climática é um problema político e econômico criado por grandes potências e interesses corporativos.
China assume protagonismo na transição verde
Em contraposição ao negacionismo de Trump, a China tem intensificado seus esforços para liderar a transição para energias renováveis. O governo chinês anunciou que investirá trilhões de dólares em infraestrutura verde, ampliando sua capacidade de energia solar e eólica para reduzir drasticamente sua dependência do carvão. Pequim também implementou metas ambiciosas para zerar suas emissões líquidas de carbono antes de 2060, enquanto pressiona outros países a intensificarem suas políticas ambientais. Além disso, a China está desenvolvendo projetos massivos de reflorestamento para reverter a desertificação, como ocorre no Deserto de Gobi, onde milhões de árvores estão sendo plantadas para restaurar ecossistemas degradados.

Essas ações demonstram que enfrentar a crise climática exige um rompimento com o modelo neoliberal de exploração predatória dos recursos naturais e a construção de um modelo econômico sustentável. Enquanto os EUA retrocedem, a China e outras nações começam a ocupar o espaço vago na liderança ambiental global.
O futuro depende da luta popular
Os eventos climáticos extremos de janeiro de 2025 são um alerta de que o tempo está se esgotando. Apenas mobilização popular e pressão sobre os governos podem garantir mudanças reais. O meio ambiente não pode continuar sendo refém dos interesses de uma minoria bilionária. O planeta é de todos, e só através da luta coletiva podemos garantir um futuro digno para as próximas gerações.